terça-feira, 10 de maio de 2011

Um dia sem sorrir é um dia desperdiçado

Terno apertado, chapéu-coco, bengala e um inconfundível bigode: Charlie Spencer Chaplin. É considerado um mito do cinema mundial. Na era do cinema mudo, Carlitos, sem falar nada já dizia muita coisa e fez da comédia pastelão seu ofício, encantando milhares de pessoas e arrancando sorrisos e lágrimas. Criticava de forma irônica a sociedade capitalista e nunca escondeu a sua simpatia pelo socialismo e pela defesa das classes sociais mais oprimidas. Nasceu em Londres e viveu a maior parte da sua vida nos Estados Unidos, onde escreveu, atuou, produziu e dirigiu dezenas de filmes, tornando-se um dos maiores cineastas do mundo. Porém, após o lançamento de "Tempos Modernos", em 1936, e "O Grande Ditador", 1940, Chaplin passou a ser alvo de perseguições e acusações. Ele foi chamado de comunista e acusado de praticar atividades anti-americanas, que significou na ruptura definitiva com o país onde viveu mais de quarenta anos, exilando-se na Europa.

Charlie Chaplin, aos 83 anos de idade, foi entrevistado por William Wolf para a Revista Show e falou um pouco sobre cinema, sobre sua relação com os EUA e suas lembranças.  

 O que você acha dos filmes de hoje?
Chaplin: “Eu não acho que eles se comportam como o meu. Eu sou muito franco em dizer isso. Eles não têm nenhum mérito. Eles são tolos, e se artistas tiram suas roupas – bem, tudo bem, mas eu diria que é o que eu desaprovo sobre o cinema moderno. Qualquer queridinha pode chegar e tirar a roupa, e ela é interessante para o público médio. Mas eu trabalhei dei um duro danado para fazer um filme, e tudo que fiz foi com amor, com meu coração e alma, e com um entusiasmo incrível. Pode-se dizer que o meu trabalho tinha invenção. Eu não considero que sou um gênio. As coisas vêm difícil para mim. Eu acho que eles devem vir mais fácil para outras pessoas. (...)”
Será que o fato do governo dos EUA impedir a sua volta terá algum efeito na sua produção de filmes?
Chaplin: “Eu acho que não. Não. Isto não me deixou amargurado. Sou introspectivo e eu pensei, bem, uma guerra estava acontecendo e eles ficaram aterrorizados com comunismo. O povo do FBI perguntou porque eu segui a linha do partido. Eu disse, ‘Se você me disser que linha do partido é, eu vou te dizer se eu sigo-o ou não. “Eles não podiam acreditar que eu não era comunista. Ah, sim, eu era simpático a qualquer um que estava quebrado e precisava de ajuda. Isso é toda a política na qual me envolvi.”

Quais são algumas de suas lembranças do inicio do cinema?
Chaplin: “Os filmes não eram pretensiosos e não custavam milhões. Fizemos um filme por US$1000. Se você passasse disso, eles queriam saber o que você estava fazendo. Eu lembro que fiz uma dos filmes de maior sucesso da minha carreira, “Dinamite e Pastel”, e foram duas bobinas, e eles queriam que eu o fizesse em uma bobina. Mack Sennett foi uma grande influência. Aprendi toda a minha comédia dele. Ele ria das coisas que eu fiz, e eu pensava, bem, não é tão engraçado, mas ele achava engraçado, e ele me deu muita confiança. Eu gostava dos velhos tempos na Califórnia, quando Thomas Ince e Sennet estavam por perto.”







Confira a tradução da entrevista completa no Blog Chaplin.

Texto e Postagem: Camilla Alves 






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